segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Pai, vem falar comigo!
Quero tanto ouvir a Tua voz.
Vem e sente ao meu lado,
Tua voz é tão doce para mim, oh Pai!





Há um lugar
onde a inconstância não me domina
onde a fé é fortalecida
onde a paz é quem governa.

Há um lugar
onde os sonhos não se abortam
onde o temor não me enrijece

Há um lugar... que quando se perde é que se ganha.


Esse lugar é no Senhor.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Case-se comigo
Antes que amanheça
Antes que não me pareça tão bom partido
Case-se comigo
Antes que eu padeça

Case comigo

Apenas mais uma de amor

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

domingo, 18 de janeiro de 2009

"Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo. Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de interesseiro. Seja gentil assim mesmo. Se você é um vencedor terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo. Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo. Seja honesto e franco assim mesmo. O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo. Se você tem paz e é feliz, as pessoa podem sentir inveja. Seja feliz assim mesmo. O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã. Faça o bem assim mesmo. Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas, é tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros."

(Madre Tereza de Calcutá)

SAUDADE QUE SAI PELOS POROS...

Quando falo que minha saudade sai pelos poros, ela não se vai em vão!
Ela evapora e vai para as nuvens, para que um dia seja chuva e molhe o meu amigo, aonde quer que ele esteja... dessa forma, minha saudade se torna palpável.

Se o meu amigo estiver no deserto, e se lá não cai chuva nehuma, minha saudade, então, se tornará calor para intensificar a evaporação da sua saudade para que a minha e a sua saudade se encontrem nas nuvens e formem chuva juntas... para que a mesma chuva sejamos nós e que nos molhe de maneira igual como expressão de que a gente se encontra até no espaço.

Que a chuva, ao cair, gere amigos para que, quem sabe, o mundo possa fazer das amizades algo mais precioso e assim ele mude.

Quem diria que gotículas de saudade poderiam dar nisso?
A partir de hoje, nunca mais a chuva ou calor serão os mesmos pra mim.

SAUDADE QUE SAI PELOS POROS...

[Lígia]

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Rephorma Ortográphica

[Rosana Caiado]

Na primeira brecha, o amigo toma o último gole de um chope quente para em seguida mirar em mim e perguntar:
- E aí, Rosana, você que é jornalista, qual é a sua opinião sobre a Reforma Ortográfica?
Ciente de que pega mal não ter opinião formada sobre todo e qualquer assunto, ainda mais sobre este, me fixo na primeira parte do enunciado da pergunta para ganhar tempo:
- Eu não sou jornalista!
Começa, pois, um debate envolvendo os outros ocupantes da mesa sobre qual seria a minha profissão - publicitária ou roteirista ou repórter ou escritora ou -, mas não dou bola visto que estou tentando formular ali, ao vivo, uma opinião razoável sobre a Reforma.
"Tirar o trema de ‘cinquenta' é como apagar as sardinhas dos meus ombros."
"'Ideia' sem acento é como paixão sem taquicardia."
"'Voo' sem circunflexo é que nem cowboy sem chapéu."
"Quem come pão com linguiça é o Didi."
"De todas as mudanças, a pior é a do trema, que foi expulso da Língua Portuguesa a pontapés. O acento agudo ainda aparece por aí, o hífen também. Mas o trema, nunca mais. Deu um tangolangomango no trema e acabou-se a geração."
"A abolição do trema traz consequências (sem trema) em cinquentas, pinguins e tranquilos, que nunca mais serão os mesmos."
"Por outro lado, todo mundo já entendeu que o trema babau. Acabou. Morreu. Já as novas regras que aboliram parcialmente o acento agudo e o hífen darão mais trabalho: o suprassumo (ex-supra-sumo) da reforma é auto-retrato virar autorretrato, anti-social virar antissocial e arqui-rival, arquirrival - exemplos da feiura (sem acento agudo) da Reforma"
"Bom mesmo seria se a Reforma incluísse nas novas regras hífen com ‘eme' - nada mais justo - e deixasse o trema em paz."
Na primeira brecha, tomo o último gole de um chope quente para em seguida mirar no meu amigo e responder:
- A verdade é que a minha opinião sobre a Reforma não faz diferença nenhuma na vida, ou na morte, de acentos, hífens e tremas. O negócio é parar de espernear e decorar as novas regras o mais rápido possível, se não for por qualquer motivo mais engajado, por pura vaidade.
- Vaidade?
- Daqui a pouco, escrever "ideia" com acento agudo vai ser igual a escrever "ele" com circunflexo. E "lingüiça" com trema vai ser que nem "farmácia" com "ph".
- E daí?
- Denuncia a idade, que é um horror!
- Falou a publicitária.
- E roteirista e repórter e escritora.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Mágramática

[Fernando Anitelli]

Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
Todo verbo é livre para ser direto ou indireto
Nenhum predicado será prejudicado
Nem tampouco a frase, nem a crase
Nem a vírgula e ponto final
Afinal, a má gramática da vida
Nos põe entre pausas
Entre vírgulas
E estar entre vírgulas
Pode ser aposto
E eu aposto o oposto
Que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples
Um sujeito e sua visão
Sua pressa e sua prece
Que enxerguemos o fato
De termos acessórios para a nossa oração
Adjuntos ou separados
Nominais ou não
Façamos parte do contexto
Sejamos todas as capas de edição especial
Mas, porém, contudo, todavia
Sejamos também a contracapa
Porque ser a capa e ser contracapa
É a beleza da contradição
É negar a si mesmo
E negar-se a si mesmo
É muitas vezes encontrar-se com Deus
Com o teu Deus
Senhoras e Senhores
Que nesse momento em que cada um se encontra agora
Um possa se encontrar ao outro
E o outro no um
Até por que
Tem horas que a gente se pergunta...
Porque é que não se junta tudo numa coisa só?


[ele é muito bom.]
[muito.]

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Mocho e a Gatinha

O Mocho e a Gatinha foram pro mar
Num lindo bote verde-ervilha,
Eles tinham mel e grana a granel
E uma nota de um milha.
O Mocho olhou pro o céu
E cantou na viola de lata,
"Que linda gata! Que linda gata,
Que linda gata Deus me deu,
Me deu
Me deu,
Que linda gata Deus me deu!"
E de braço dado, na praia do lado,
Saíram a dançar sob a luz do luar,
Luar,
Luar,
Saíram a dançar sob a luz do luar


[Adriana Calcanhoto]

CIRANDA DA BAILARINA


Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem

Procurando bem
Todo mundo tem...

Chico Buarque (Brazil) - 1982


sábado, 10 de janeiro de 2009

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses.
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos chagrins il s'en fait des manteaux

Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?

On dit que le destin se moque bien de nous
Qu'il ne nous donne rien et qu'il nous promet tout
Parait qu'le bonheur est à portée de main,
Alors on tend la main et on se retrouve fou


Mais qui est ce qui m'a dit que toujours tu m'aimais?
Je ne me souviens plus c'était tard dans la nuit,
J'entend encore la voix, mais je ne vois plus les traits
"il vous aime, c'est secret, lui dites pas que j'vous l'ai dit"

Tu vois quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore, me l'a t'on vraiment dit...
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors ?

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos tristesses il s'en fait des manteaux.

valsa pra biu roque

se eu fosse a sua
e não mais uma
as quatro luas eu lhe daria
pra me tornar sua maria
uma canção eu cantaria
minha resposta ao que eu ouvi
a mais bela melodia
foi roubar pra minha hitória
sua poesia de outrora
não por jura ou promessa
nem perdão ou vaidade
debaixo da condesseira
sua maria de verdade

[céu]
"loviu como nunca lovei ninguém"

perfeito.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cubomedusa:

Ordem de animais celenterados cifozoários de forma cúbica, sem lobos marginais, com uma dobra interna na umbrela, semelhante ao véu; quatro tentáculos ou quatro grupos de tentáculos. Vivem nos mares tropicais e subtropicais, e alimentam-se, em geral, de peixes.

Fácil.

olhos de cigana oblíqua e dissimulada....
olhos longos e fixos, sombrios...
olhos de ressaca...
com uma força que arrastava para dentro...

Tempestade louca no Sa[a]ra.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Memórias de uma Gueixa

"O coração morre, uma morte lenta.
A esperança cai como folhas...
Até que um dia não sobra esperança
alguma... nada permanece.

Ela se pinta para esconder o rosto
Seus olhos são águas profundas
Geishas não têm desejos
Geishas não tem sentimentos
A Geisha é uma artista de um mundo flutuante

Ela dança.
Ela canta.
Ela o entretém.
Como você quiser

O resto é escuridão.
O resto é silêncio.



"Não podemos pedir ao Sol, "mais sol"
Ou para a Chuva, "menos chuva"

Conhecer a bondade, depois de tanta maldade,
ver que uma menina mais corajosa do que ela imaginava teria suas preces atendidas,
isso não é o que chamamos de felicidade?


Afinal, estas não são as memórias de uma imperatriz,
nem de uma rainha.
Estas são memórias de um outro tipo..."

"Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Quero viver, quero ouvir
Quero ver..."

O Pequeno Príncipe

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.
- Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor. . . eu creio que ela me cativou ...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom ! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste. Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo ...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto ...

No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração ... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias !

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a
raposa disse:
- Ah ! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse ...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar ! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada !
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:


- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

Mais que isso


Eu não vou gostar de você porque sua cara é bonita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma música que eu gostei e botei numa fita
Eu não vou gostar de você porque você acredita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita

Deixa de tolice, veja que eu estou aqui agora
inteiro, intenso, eterno, pronto pro momento e você cobra
Deixa de bobagem, é claro, certo e belo como eu quero
O corpo, a alma, a calma, o sonho, a dor e agora pára

Será que é tão difícil aceitar o amor como é?
E deixar que ele vá e nos leve pra todo lugar
Como aqui?

Será melhor deixar essa nuvem passar?
E você vai saber de onde vim, aonde vou
E que eu estou aqui...

[Ana Carolina]

Cotidiano

[Chico Buarque]


Todo dia ela faz
Tudo sempre igual
Me sacode
Às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca
De hortelã...

Todo dia ela diz
Que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz
Toda mulher
Diz que está me esperando
Pr'o jantar
E me beija com a boca
De café...

Todo dia eu só penso
Em poder parar
Meio-dia eu só penso
Em dizer não
Depois penso na vida
Prá levar
E me calo com a boca
De feijão...

Seis da tarde
Como era de se esperar
Ela pega
E me espera no portão
Diz que está muito louca
Prá beijar
E me beija com a boca
De paixão...

Toda noite ela diz
Pr'eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor...




Elephant Gun

Eu quero ver uma última vez
Eu gostaria de lembrar como é estar cego
Mãos sobre os olhos nesta vida mãos sobre os olhos nesta vida
Estou vivo mas estou cego nesta vida
Estou vivo mas estou cego

Eu preciso de verdade para ver
Eu preciso de provas para acreditar

Estou limpo, mas estou enferrujado
Eu sei que pareço novo, mas já estou quebrado


Você tem visto o rei das mentiras
Escondido atrás de seus álibis
Você tem visto a rainha da desonestidade
Deitada entre ele...
Mãos sobre os olhos eu estava cego
Mãos sobre os olhos nesta vida

Eu preciso de verdade para ver
Eu preciso de provas para acreditar

(Capitu e Bentinho em versos)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Solução é a solidão de nós.
Deixe eu me livrar das minhas marcas;
Deixe eu me lembrar de criar asas.

Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que nesse verão eu faço sol.

Só me resta agora acreditar
Que esse encontro que se deu
Não nos traduziu melhor.

A conta da saudade
Quem é que paga?
Já que estamos brigados de nada;
Já que estamos fincados em dor.

Lembra o que valeu a pena?
Foi nossa cena não ter pressa pra passar.
Tempo de dar colo,
Tempo de decolar.