segunda-feira, 25 de novembro de 2013



Você passa a maior parte do tempo, tentando entender, porque você nunca consegue entender, justamente o que você está tentando entender. 
Passe mais tempo vivendo. Você passa a maior parte do tempo, procurando pelo amor que estará à procura do seu amor, você ama guardar o seu amor para o amor. Passe mais tempo amando. 
Você passa a maior parte do tempo, falando de si mesmo e como isso é importante para seu ego, mais do que para qualquer outra pessoa. Passe mais tempo ouvindo.
 Você passa a maior parte do tempo, julgando tudo como se até soubesse de alguma coisa, há mais nas coisas do que somente uma coisa. Passe mais tempo respeitando. 
Você passa a maior parte do tempo, preocupado com o que irão dizer sobre suas maneiras bobas, e isso não é bobo, afinal de contas? Passe mais tempo fluindo. 


 Tiago Iorc (via revejo)

Pois é.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Quando o amor anda sozinho…

…E quando o amor precisa de nós


Por um tempo o amor funciona por si só, naquela fase em que os passionais pombinhos MC´s tocam de ouvido o chacoalhante rhythm and blues das coincidências –a gente curte os mesmos livros, os mesmos discos, os mesmos filmes do Kubrick, todo mundo ama Nina Simone bêbado na madruga e somos felizes, naquela manhã, para sempre.

É um tempo assim Galileo Galilei, pura gala, e pur si muove, como a terra.
É simples: por um tempo o amor funciona por si só, dita o ritmo, a prova dos 9, o gabarito, e o free style do jazz é todo certo mesmo quando todo errado e seguimos. Mesmo quando apenas repete o batuque zumbi das nossas neuroses ainda em compasso pianinho das sístoles & diástoles.

Por um tempo o amor funciona por si só e pisamos no pé um do outro, no dois pra lá dois pra cá, por puro charme, somente para revelar um certo desatino –afinal de contas quem vai acreditar em um amor assim todo ensaio de orquestra, meu velho?

O amor por si só, assim como o “quizas quizas quizas” do bolero ou a paradinha certeira do cha-cha-cha, se gasta, gracias, ainda bem, foi bonito, agora vem a cumbia da devoção ou o brega do merecimento.

Mas todo cuidado é pouco: ridículo fazer desse tempo do amor “por si se move” um apocalipse precoce, como alguém que conheço, que sempre se martiriza e põe tudo a perder de novo: “Isso não pode estar acontecendo comigo, isso é uma farsa, será um desastre”.
E, descrente, sai em desabalada carreira de cada homem.

Por não viver o por si só do amor, neguinha(o), descrente, sarta fora. Aí não vive nem isso nem aquilo. Mal sabe o que vai perder logo adiante: a transição para um amor possivelmente conduzido por nós, um amor que precisará de algumas coisas leves e de alguns dos 12 mitológicos trabalhos de Hércules, um amor que não anda mais com seus próprios pés.

Prefiro. Bom mesmo é quando falta a gasolina azul do amor por si só  e temos que inventar novos combustíveis e fazer das duas rodas dos óculos os pneus das nossas imaginárias bicicletas.
Como ainda estou em uma fase do luto Lou Reed, é obrigatório, por exemplo, nessa fase de transição, beber sangria no parque, como ele canta na faixa “Perfec day”. Escute e me diga.
Pode ser no quintal de casa, na varanda, na pia da kitinete, pode ser vinho jurubeba com maçã da Mônica que sobrou da sua filha, o importante é fazer uma graça com a moça.

Pode ser também num restaurante espanhol de San Pablo, tarde de domingo, sua alma como touro imbatível que avança sobre todas as coisas vermelhas do universo. Você se acha e isso é teu breve triunfo sobre a velha da foice.Vale.

O importante é não deixar o amor a pé, entre o que ele achava que seria e o que ele acha que já é.
É preciso sacar de mobilidade amorosa, fazer dos dois aros dos seus óculos as rodas de uma imaginária bicicleta, é preciso botar o amor nas costas, pobrezinho agora carece de você, como um sleep-bag precisa do sonho de um hippie para se sentir inaugurado pelo universo.

Pegue um ônibus, compre um pacote barato, faça alguma coisa, viaje com o bofe ou com a mina, o amor gosta de sair do canto, nem que seja para espantar borrachudos na pele um do outro em uma praia chuvosa.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sobre casamento e casamentos...


"Estando casado apenas por um ano e meio, eu recentemente cheguei à conclusão de que casamento não é para mim.
Agora, antes que você comece a imaginar coisas, continue lendo.
Eu conheci minha esposa na escola, quando tínhamos 15 anos. Nós éramos amigos havia dez anos, até que…  até que decidimos que não queríamos ser apenas amigos. Eu recomendo fortemente que melhores amigos se apaixonem. Haverá bons tempos para todos.
No entanto, me apaixonar por minha melhor amiga não me impediu de ter certos medos e ansiedades sobre me casar. Quanto mais eu e Kim nos aproximamos da decisão de nos casarmos, mais eu fui tomado por um medo paralisante. Eu estava pronto? Eu estava fazendo a escolha correta? Kim era a pessoa certa para mim? Ela me faria feliz?
Então, certa noite, eu compartilhei esses pensamentos e preocupações com meu pai.
Talvez cada um de nós tenha momentos em nossas vidas em que parece que o tempo fica mais lento, ou o ar fica parado, e tudo ao nosso redor parece encolher, marcando aquele momento que você nunca vai esquecer.
Meu pai dando suas respostas às minhas preocupações foi um grande momento para mim. Com um sábio sorriso ele disse, “Seth, você está sendo totalmente egoísta. Então eu vou simplificar as coisas: casamento não é para você. Você não se casa para ser feliz, você se casa para fazer alguém feliz. Mais que isso, seu casamento não é para você, você está casando para uma família. Não apenas para os parentes e todas essas besteiras, mas pelos seus futuros filhos. Quem você quer que te ajude a criá-los?  Quem você quer que os influencie? Casamento não é para você. Não é sobre você.Casamento é sobre a pessoa com quem você se casou.”
Foi nesse exato momento que eu soube que Kim era a pessoa certa para mim. Eu percebi que eu queria fazê-la felizvê-la sorrir todos os dias, vê-la gargalhar todos os dias. Eu queria ser parte da família dela, e a minha família queria que ela fosse parte da nossa. E lembrando de todas as vezes em que a vi brincando com meus sobrinhos, eu soube que ela era a pessoa com quem eu gostaria de construir nossa própria família.
O conselho de meu pai foi ao mesmo tempo chocante e revelador. Foi na contramão da “filosofia Walmart” de hoje, que é: se não te faz feliz, você pode devolver e pegar um novo.
Não, um verdadeiro casamento (e um verdadeiro amor) nunca é centrado em você. É centrado na pessoa que você ama – seus desejos, suas necessidades, suas esperanças, e seus sonhos. O egoísmo exige: “O que há aí para mim?”, enquanto o amor pergunta: “O que eu posso dar?”
Há algum tempo, minha esposa me mostrou o que é amar sem egoísmo. Por muitos meses, meu coração endureceu com uma mistura de medo e ressentimento. Então, quando a pressão chegou a um nível insuportável, as emoções explodiram. Eu era insensível. Eu era egoísta.
Mas, ao invés de se igualar ao meu egoísmo, Kim fez algo além do maravilhoso – ela mostrou um transbordamento deamor. Deixando toda a dor e angústia que eu havia causado, ela amorosamente me tomou em meus braços e acalmou minha alma.
Eu percebi que tinha esquecido o conselho do meu pai. Enquanto o lado de Kim no casamento tinha sido me amar, meulado do casamento era só sobre mim. Essa terrível descoberta me levou às lágrimas, e eu prometi à minha esposa que iria tentar ser melhor.
Para todos que estão lendo esse texto – casados, quase casados, solteiros, ou mesmo solteirão ou solteirona – eu quero que você saiba que casamento não é para você. Nenhuma relação de amor verdadeiro é para você. O amor é para a pessoa que você ama.
E, paradoxalmente, quanto mais você verdadeiramente ama essa pessoa, mais você recebe. E não apenas dessa pessoa, mas dos amigos dela e da família dela e milhares de outras pessoas que você nunca teria conhecido se seu amor permanecesse egoísta.
Na verdade, amor e casamento não são para você. São para os outros."
Tradução de http://sethadamsmith.com/2013/11/02/marriage-isnt-for-you/

extraído do blog: http://zcla.wordpress.com/2013/11/07/casamento-nao-e-para-voce/