segunda-feira, 25 de junho de 2012

Roy


Há uma alegria tão grande dentro de mim que eu preciso compartilhar com as pessoas. E queria compartilhar com você também.
Ontem à noite eu fui ao culto da MIRR... Lá estava um pastor do Texas, acho, Roy Sandirford. Eu tinha levado até um livro na bolsa caso ele começasse a falar de temas já bastante saturados dentro da igreja.
Mas não. Não sei se entendi, mas ele trabalha com jovens com problemas e distúrbios provenientes de uma má estruturação familiar. Acho que era isso. Não sei. Tanto faz. Ele começou a mostrar fotos e contar histórias de pessoas que morreram por se sentirem infelizes consigo mesmas, envolvidas com drogas, ou com transtornos como bulimia, etc.
Ele começou a mostrar que há muitos jovens com espírito de rejeição, e outros com o de rebeldia. Mostrou a diferença dos dois espíritos. Não lembro exatamente todas as características, mas lembro que enquanto os rejeitados se sentiam extremamente tristes, deprimidos, com medo, os rebeldes tinham um espírito amargo, suas atitudes já eram mais grosseiras, atacavam pra se defender do sofrimento. Achei bastante interessante a separação e a explicação de cada um.  Só não achei legal o fato de eu me encaixar nos dois perfis.
Foi então que o pastor Roy pediu para que a parte da frente fosse separada em duas: na direita, viriam os jovens que estavam se sentindo rejeitados, na esquerda, os rebeliados. Muita gente ficou sentada. Eu demorei a levantar. Não sabia pra que lado ir. Mas vi depois que não importava, fui pra qualquer um dos lados; a oração por mim ia ser feita de qualquer jeito.
É sempre um pouco [ou muito] vergonhoso assumir que você não está bem. Eu tive muita vergonha de estar ali. Mas depois de conseguir ver mais um pouco em quem eu havia me tornado, através da pregação dele, eu chorei muito. Eu pedia perdão a Deus pelas minhas más atitudes, por ter machucado tantas pessoas com minhas amarguras, e ainda estar machucando. Pedi a Deus pra que isso acabasse, que eu me tornasse uma pessoa feliz. E chorava. O pastor ia em cada um de nós e colocava a mão sobre a nossa cabeça. Ele demorou bastante quando chegou em mim. E foi embora. Muitas pessoas não oravam sozinhas. Outras que não se sentiam rejeitadas e rebeliadas foram orar junto com elas. Ninguém veio orar comigo. Tudo bem, de verdade. Isso não me fez chorar mais. Eu só fiz uma oração a Deus: “Deus, mais que uma oração agora, eu queria um abraço”. Tentei lembrar a última vez que eu tinha recebido um abraço e não consegui. Eu já estava levantando pra ir embora. O rosto tinha secado mais e não estava tão vermelho. Então o pastor vem a mim de novo, se ajoelha ao meu lado e pergunta: “Eu posso te dar um abraço?”. Netão traduzia o que ele dizia, mas nem era preciso. Eu disse que sim e então ele me abraçou. E ele acariciava minha cabeça como pai, me abraçava com carinho e eu apertava ele com força. E desatei a chorar de novo. O pastor Roy dizia: “Chora. Põe isso tudo pra fora. Tá tudo bem, agora. Calma. Deus está aqui e tá olhando pra você”.
Voltei pro meu lugar. Bruno veio atrás de mim, dizendo que queria me dar um texto bíblico. Salmo 32. Deus havia me perdoado.
Foi então que Marcela me viu também. Foi ela que me chamou pra ir ao culto. E ela me abraçou. Me abraçava tão forte, tão forte, que eu achava que ela ia me atravessar. E ela chorou no meu ombro. Mas chorava agradecendo a Deus por eu estar ali. E ela orava por mim e falava coisas pra mim ao mesmo tempo. “Sabe, Sara, não importa se você quebrou alguma coisa que poderia ser valiosa, você é bem-vinda na casa do seu pai. (...) Lembra de Davi? Quando ele teve que enfrentar o gigante? Esquece a armadura, Sara. Ela não é sua. Ela não cabe em você. Deus tá do seu lado, ele é sua armadura”. E ela dizia muito mais coisas, e chorava, e orava. Aquela Marcela louca, falava de Deus pra mim. E quando acabou o culto ela me disse muito mais coisas.
Eu saí dali cansada fisicamente, mas tão leve espiritualmente.
Sabe, pela primeira vez em muito tempo, eu me sinto bem. Não me sinto só, mesmo quando estou só. Me sinto fortalecida. Deus tem falado muita coisa comigo nessa semana, tem cuidado de mim de uma forma extraordinária. Eu sinto ele tão perto que é como se eu pudesse ouvir a sua respiração. Mas há ainda muita coisa a ser feita em mim, muita coisa a ser melhorada. Preciso me tornar uma pessoa melhor pra mim e pra Deus, e não para as outras pessoas. Isso pode parecer egoísta, mas descobri que não é. Porque é impossível amarmos e sermos amado pelos outros se nós não somos amados por nós mesmos.

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